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A fotografia é um mundo sem fim. De outra parte, uma foto, um registro fotográfico é um mar de inanição e perdição. Nos afogando sempre de memórias, circunstâncias, dilúvios emocionais. Uma fotografia na parede não respira. Não anda. Não fala. Não tem perfume. Não é verdade. Não é assim. Não pode ser assim. Reparando em cada fotografia de Marcos Cesário, o que há é outro segredo: aquele segredo que somente os grandes feiticeiros da harmonia entre o invisível e o indizível são capazes de produzir. Cada foto dele tem um perfume, mas não é com o nariz que se pode sentir. É com a imaginação. Cada foto dele, de uma mulher, por exemplo, traz implícito o orgasmo e a sedução do amor. As fotos de Marcos Cesário se movimentam. Hora, por dentro do sonho, como elementos do futuro, hora dentro do coração, como ingredientes da saudade. Hora na boca, como mordidas no passado. As fotografias de Marcos Cesário têm gente dentro. E suor em cada gente. E prosperam de declarações silenciosas. São paixão densa e perigosa. E, como paixão, todas vivem explosivas. E só.

 

 

 

 

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