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AINDA EXISTO...
 

Me afastei tanto de certos cantos da convivência social que, um dia destes, uma pessoa, que não me via há algum tempo, perguntou para outra pessoa se eu ainda existia. A pessoa que foi perguntada sorriu e não soube bem o que responder. Tudo bem. Até eu se fosse perguntado, de forma tão repentina, se eu ainda existia, pensaria um pouco antes de responder. Mas a resposta, as respostas, pensando um pouco, seriam: sim e não. 

Para quem eu não amo, cada dia mais, eu existo menos. Para quem eu amo: estou tentando, a cada dia, existir mais. A maioria das pessoas que amo também convivem e existem comigo, dentro de mim, no Jardim de Aládia e nesta pequena cabana que construí no topo deste monte para abrigar minha solidão e para contemplar o presente misturado a tantos passados. 

Aqui, nestes últimos tempos, tenho existido mais. Aqui no topo desta montanha eu sinto, cada vez mais, que existo ainda mais pra mim. Sim: eu ainda existo, sim...

 

Marcos Cesário

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